26 de ago. de 2013

Concreto Romano - Concreto Marítimo

Fonte: Berkeley Lab


Algo curioso sobre o concreto usado pelos antigos romanos é sua incrível resistência e durabilidade, o concreto atual simplesmente não consegue chegar aos pés deste material produzido durante o período clássico da antiguidade. 




A pesquisa, liderada pelo brasileiro Paulo Monteiro, feita pelo Laboratório Berkeley da Universidade da Califórnia, juntamente com outros institutos internacionais, descobriu a razão do porque existirem portos romanos feitos de concreto que resistem a mais de 2000 mil anos de ação contínua do desgaste químico e físico das águas do mar.

Fonte: Global Wood


Os romanos utilizam uma mistura de cal, cinzas vulcânicas, tufo vulcânico e água do mar, tudo isso em uma fôrma de madeira. A água do mar hidratava a cal e nessa reação incorporava água em sua estrutura e assim dava liga à mistura. Ainda assim isso não é surpresa.


Fonte: Global Wood


Hoje utilizamos o cimento Portland como principal agente no concreto moderno, porém sua produção é responsável por 7% das emissões mundiais de CO2, uma porcentagem considerável. Essas altas emissões se devem ao fato de ser necessário aquecer a mistura que gera o cimento Portland a mais de 1450ºC, consumindo enormes quantidades de energia e gerando muita poluição.
No processo de produção romano a cal era aquecida a apenas 900ºC, dois terços da temperatura necessária para fabricar o cimento Portland, às vezes menos ainda. Só essa redução de temperatura geraria uma enorme economia da energia de produção e redução nas emissões de CO2. Além de utilizar muito menos cal que o cimento atual. Apesar de responder a fonte de sua maior sustentabilidade não é aqui que está a resposta para durabilidade do concreto.
Quando o concreto atual é hidratado ele gera o que chamamos C-S-H, Silicatos Hidratados de Cálcio. Já o concreto romano quando era hidratado gerava o que está sendo chamado pelos pesquisadores de C-A-S-H, Silicatos-Aluminatos de Cálcio Hidratados. Sendo o C-A-S-H o real responsável pela durabilidade e resistência física do concreto romano.




Essa combinação de elementos surge devido ao uso de material vulcânico rico em alumínio. Este material quando passa pelo processo de hidratação e se solidifica em seguida forma uma estrutura cristalina extremamente resistente, pouco encontrada no concreto atual, sendo mais comum em misturas contendo material pozolânico.
Espero que esta visão sobre o concreto possa ser empregada em nosso cotidiano em breve, para reduzir nosso impacto no meio ambiente e aumentar a qualidade de nossas construções.




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